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- xo

terça-feira, 18 de junho de 2013

porto seguro

O tempo passava entre os dedos, anos após ano. Podia ser um grande aliado ou uma enorme dor de cabeça. Por vezes, era ambos. Por vezes, não era nenhum. Então ela sentava-se com o coração aberto, e dizia o que lhe ia na alma.
Ela brincava com as palavras como quem brincava ao esconde-esconde. Havia dias em que as encontrava, ela andavam soltas e fluíam no pensamento à deriva. Havia dias que não. Andavam fugidias e teimavam em não se revelar, sem que ela as pudesse capturar. São marotas, as palavras. São perspicazes, audazes. As palavras levam aos sentimentos. Por isso, por vezes, ela nem sempre sabia expressar o que lhe ia na alma. E quando queria, muitas vezes não tinha quem a ouvisse e a compreendesse. E por isso, calava-se e escrevia. Com a caneta. Com a alma aberta, com o coração aberto. Não tinha medo de abrir o coração assim. Era seguro e fiável. Não é que a folha de papel e caneta fossem usar as suas palavras e os seus sentimentos contra ela, nem tão pouco julgá-la pelos seus pensamentos. Davam-lhe a coragem de falar e não ter medo de dizer nada nem deixar nada por dizer.
Mas mesmo assim, tinha medo. Tinha medo que alguém a decifrasse, mesmo sem ter lido as suas palavras. Andava por aí, falava com as pessoas mas apenas lhes dizia aquilo que queriam ouvir e o que queria dizer. Abria o coração a muitas poucas pessoas, às que achava que não a magoariam e que igualmente, lhe abririam o seu coração. Por vezes, estava certa. As pessoas abriam-lhe o coração. Por vezes, estava errada, as pessoas recusavam-se a fazer o mesmo. Isto porque as pessoas nem sempre são o que esperamos delas. Também porque nem sempre somos o que esperam de nós.Por isso, escrever era muito mais seguro e fácil, mas necessitava de tantas ou mais palavras do que uma conversa. Por mais conversas que pudesse ter, nada se comparava àquilo que tinha para dizer, mas que guardava para si mesma.Ela gostava de ser corajosa, mas por vezes só fingia que era. Mostrava aos outros aquilo que queria e quando queria mostrar, como que uma proteção.A escrita era o seu porto seguro, a sua mais-que-tudo. A sua companhia quando nada fazia sentido. E tudo o que devia fazer sentido, simplesmente não encaixava. Na escrita podia ser o que quisesse. Nada nem ninguém a impedia de falar ao coração.Podia ser a heroína da sua história ou a vilã. Podia ser frágil, podia ser poderosa. Podia ser escrava , podia ser rainha. O coração ditava e ela escrevia. Tão simples como respirar.

2 comentários:

  1. Olá, como estás?

    Não sei se te recordas de mim, sou a autora do blogue "Não procurei pelos teus olhos", pus esse blogue privado pois faz parte do passado e criei agora um novo, ei-lo:

    http://odesassossegodosilencio.blogspot.pt/

    Quando puderes, e se quiseres, visita. és muito bem-vinda.

    Andei afastada deste mundo mas agora pretendo voltar e começar de novo a entrar no ritmo dos blogues, lendo as novidades, comentando e etc. :)

    Beijinho

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